Lui Coimbra - Roda-Flor

Lui Coimbra - Roda-Flor

Marca: Lui CoimbraModelo:Roda-Flor Lançado em: 23/06/2023

- Somente nas Plataformas Digitais -

DESCRIÇÃO

 

 

          LUI COIMBRA é cantor, violoncelista e compositor. Faz parte da tradicional linhagem dos "cantautores" brasileiros mas com um diferencial: o violoncelo a tiracolo. Tem dois incensados discos solo: “OURO e SOL” e “VIOLA PERFUMOSA” - com Ceumar e Paulo Freire - considerado o melhor disco de 2018. Como instrumentista, seu violoncelo popular e peculiar pode ser ouvido em mais de três centenas de gravações e shows com artistas como, Alceu Valença, Ana Carolina, Caetano, Zizi Possi, Ney Matogrosso. É arranjador e diretor musical do premiado `álbum SENHORA DAS FOLHAS de Áurea Martins (indicado ao GRAMMY LATINO 2022) e compositor premiado de trilhas para TV, teatro e cinema. Todas estas suas múltiplas facetas estão presentes em RODA­_FLOR. 

          Em RODA_FLOR (Biscoito Fino), com lançamento marcado para o dia 23 de junho em todas as plataformas digitais, LUI COIMBRA segue com êxito sua intenção em fazer pontes poético-musicais entre tradicional e contemporâneo, popular e camerístico, eletrônico e acústico compondo um disco que tece um diálogo sensível entre os imaginários urbano e rural do país. 

LUI COIMBRA planta cores no solo brasileiro de 'Roda-flor'
Leonardo Lichote

          De sua perspectiva urbana e litorânea, o carioca Lui Coimbra sabe olhar para dentro do Brasil — e entender os ritos, a lógica, o tempo que rege esse terreno vasto. Conhece a ciência de chegar, que Caetano Veloso resumiu como "sempre pedir licença mas nunca deixar de entrar". É exatamente dotado dessa sabedoria que Lui abre seu novo álbum, "Roda-flor", com a canção "Dona tá reclamando" (Dominguinhos Minguinho/ Vanessa Longoni). Seus primeiros versos, "Dona tá reclamando/ Porque nós tamo chegando agora/ Eu acho impossível, dona/ Sempre se chegar na hora". É assim que tem início o giro das pétalas que compõem o colorido do disco, passando por Marisa Monte, Zeca Baleiro, Naná Vasconcelos, Mário Quintana, Villa-Lobos e Ferreira Gullar.

          Ao ritmo do boi do Maranhão, "Dona tá reclamando" traz a consciência poética do real, crua e delicada como a música de Lui e dá o recado para quem acha que demorou muito entre seu primeiro e incensado disco solo “OURO e SOL” e este “RODA_FLOR”: a hora de chegar é a hora que se chega. Em sua afirmação de um país belo e profundo, o novo álbum se apresenta em diálogo preciso com este 2023, sem atraso ou adianto.

          — "Dona tá reclamando" está comigo há muito tempo no repertório dos meus shows. Conheci quando tocava com a Orquestra Popular de Câmara — conta o músico, citando um dos muitos trabalhos de uma carreira de bem-sucedida como instrumentista que inclui show e gravações com Caetano, Wagner Tiso, Zeca Baleiro, Ana Carolina, Ney Matogrosso, Zizi Possi, Alceu Valença, entre tantos outros. 

Na atual gravação de "Dona tá reclamando", Lui canta e toca violoncelo, violão, piano, teclados e percussão. 

          — São sons de um Brasil profundo, mas visto pela minha lente, de um cara urbano, do Rio, contemporâneo — aponta Lui, numa definição que pode se expandir para todo o álbum. — 

          É um universo similar ao que se materializa em "A ciranda rodava o mundo" (poema de Mário Quintana musicado por Lui). Aqui a sonoridade é ainda mais ampla, com os timbres eletrônicos dos teclados e samplers cruzando-se à caixa de Marcos Suzano, ao contrabaixo de Pedro Aune e ao violoncelo do anfitrião. Os versos do poeta imaginam uma ciranda (música-dança) que determina os movimentos do mundo, entrelaçando em sua fabulação homem e natureza, mito e cotidiano — terreno da arte de Lui.

          Com versos de outro poeta (o português Tiago Torres da Silva) também musicados por Lui, "Seguir o fado" narra a saga da existência, do nascimento à morte, com as paixões no caminho. A continuidade, enfim, do destino — ou fado, como diz a canção. O bandolim de acento luso de Sergio Chiavazzoli pontua a gravação, que ganha densidade com a participação da Orquestra de Cordas de São Petersburgo. 

          Construída apenas na voz e no lindo desenho do violoncelo de Lui, a clássica "Melodia sentimental" (Heitor Villa-Lobos/ Dora Vasconcelos) soa — numa inversão da síntese exposta anteriormente — refinamento de chão de terra batida em sala de concerto. Mágica e interiorana, sertaneja e universal. 

          Após a pungência da noite de Villa, "Tá caindo flor", que Lui escreveu a partir de um refrão popular, sonha a alegria de uma chuva de flores sobre um batuque de maracatu. A rabeca de Beto Lemos se harmoniza pernambucanamente e sem fronteiras aos teclados e programações de Lui, às guitarras de Chiavazzoli, percussões de Suzano e ao contrabaixo de Aune. Como benção a todos, ouve-se a caixa tocada por Naná Vasconcelos — a quem a faixa é dedicada.

          — Tinha essa caixa gravada de um outro projeto que fizemos juntos — conta Lui, que teve um duo com Naná por dez anos, até sua morte em 2016. — Toquei com ele em seu último show. Naná tinha que estar no disco, comecei a pensar o que viria a ser o "Roda-flor" antes de ele partir.

          A alegria segue no divertido samba "Companheiro fiel — O gatinho", que também nasce de um poema, desta vez de Ferreira Gullar. Os versos dedicados ao gato do poeta soam leves no dueto de Lui com Baleiro. A canção traz, no contexto reduzido de um apartamento, o olhar terno sobre o cotidiano e a intimidade que atravessa muitas faixas de "Roda-flor", desde o nome.

          Samba enredo no qual cabem a batucada nervosa (de Suzano), ponteios de samba rural nas violas e graves eletrônicos (de Lui) e cavaquinhos e guitarras (de Tuca Alves), "Graça" é brinquedo poético e filosófico. A canção, escrita por Lui, tem versos como: "Graça, gracinha, gracejo, gratidão/ A graça é o olhar de quem ama/ A cama do vento é o mar/ Se o olho do gênio é a ama/ De deus o que é que será?"

          Dedicada a Hilda Hilst (outra poeta celebrada no disco), "Valsa para a senhora D" (Lui Coimbra/ Zeca Baleiro) se ergue errática e bela como o pensamento de seu eu-lírico. A flor aqui roda noutra direção: "Flor despetalada e sem dono/ O amor, um cravo no meu coração". 

          "Quanto tanto (Canção da lua cheia)", de Lui, retoma o olhar para o astro que ilumina a noite de "Melodia sentimental". A moringa e a percussão de Edu Szajnbrum — ao lado do violão, violoncelo, teclados e programações de Lui — preparam o solo para os versos sobre a mecânica mística e amorosa do mundo. 

          Outras lendas lunares são evocadas em "Avalon": Lui está sozinho na composição e na gravação, um seresteiro solitário eletrônico, multiplicando-se em violões, teclados e samplers, num arranjo que dialoga com a tradição do rock progressivo mateiro brasileiro, resgatando a tradição dos poetas do sereno, ou serenateiros, “um bardo, um honrado, ser-rei” que cantam para suas amadas sob o manto de prata das noites imemoriais. 

          "Roda-flor" desagua, por fim, em "O rio" (Marisa Monte/ Seu Jorge/ Carlinhos Brown/ Arnaldo Antunes), em arranjo minimalista de violão e charango andino que ressalta a poética da canção que nos lembra que a ciência, assim como a natureza, deve ser observada em tempos incertos. Ponto de chegada que é memória e futuro, o rio da canção traz uma metáfora do fluxo da vida cujo leito corta todo o álbum. "Lembra, meu filho, passou, passará/ Essa certeza a ciência nos dá/ Que vai chover quando o sol se cansar/ Para que flores não faltem/ Para que flores não faltem jamais", encerra a letra, plantando as cores da terra que Lui imagina e realiza em música.

 

FAIXAS

01. DONA TÁ RECLAMANDO
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Minguinho
Editora: Direto

02. A CIRANDA RODAVA NO MEIO DO MUNDO
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra / Mario Quintana
Editora: Direto / Agência RIFF

03. SEGUIR O FADO
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra / Tiago Torres da Silva
Editora: Direto

04. MELODIA SENTIMENTAL
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Heitor Villa Lobos 
Editora: ABM 

05. TÁ CAINDO FLOR
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra
Editora: Diretoa

06. COMPANHEIRO FIEL 
Interpretes: Lui Coimbra e Zeca Baleiro
Autoria: Lui Coimbra / Ferreira Gullar
Editora: Direto

07. GRAÇA
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra 
Editora: Direto

08. VALSA PARA SENHORA D
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Zeca Baleiro / Lui Coimbra
Editora: Ponto de Bala (Universal Music Publi.) / Direto

09. CANCÃO DA LUA CHEIA
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra 
Editora: Direto

10. AVALON
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Lui Coimbra 
Editora: Direto

11. O RIO
Interpretes: Lui Coimbra
Autoria: Marisa Monte / Seu Jorge / Carlinhos Brown / Arnaldo Antunes
Editora: Monte Songs (Universal Music Publi. ) / Sony Music Publi./ Warner Chappell / Altafonte

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