DESCRIÇÃO
Por Pedro Ivo
”Monolito”, terceiro disco de Pedro Ivo Frota a ser lançado pela gravadora Biscoito Fino, nasce ciente do desafio e responsabilidade de defender com originalidade uma canção contemporânea que bebe na fonte da rica tradição da música brasileira.
O disco é marcado por arranjos inquietos que misturam elementos eletrônicos (sintetizadores) com acústicos e elétricos (violão, guitarra, piano, cordas, madeiras, metais) executados por uma banda de extrema competência: Ivo Senra (sintetizadores); André Siqueira (Violão/ Guitarra); Lúcio Vieira (bateria); Bernardo Aguiar (percussão) e André Vasconcelos no baixo acústico e elétrico.
Todos os arranjos para coro, sopros e cordas foram feitos por Pedro Ivo, que contou com a participação do grupo de sopro ”Inventos”, um quarteto de cordas arregimentado pelo violoncelista Pablo Arruda e o violonista Dhian Toffolo e as vozes de Ana Ughana, Luiza Borges, Taynã Frota, Aline Paes e André Muato.
O CD foi produzido por Apoena, cantor e compositor da banda “ Rann” – morador de Nova Iorque há sete anos, atento ao que melhor se produz na música do mundo -, e mixado pelo engenheiro de som Fernando Lodeiro, que tem na bagagem prêmios Grammy, entre eles pelo disco ”Radio Society”, de Esperanza Espalding.
A fusão do antigo/tradicional com algumas referências do pop internacional como Bjork e Hiatos Kaiyote somada à busca por uma estética experimental é muito bem dosada e marca o disco do começo ao fim.
O repertório nos remete à música brasileira mais genuína que passa por Milton e Caymmi, evidente em faixas como ” Chamar o Vento” e ”As mãos de Yemanjá”. Não poupa ousadia poética, melódica e harmônica. Além disso, o disco passa por baladas que lembram o cool jazz de Chet Baker e Billie Holiday assimilado por João Gilberto, também presente na música de Guinga. As canções ” Já não há madrugada”, ” Querência” e ” Da poeira fez-se o pão” são ótimos exemplos.
Assimilar o passado de forma crítica pode ser mais ousado do que uma busca muitas vezes inócua do novo pelo novo. Os discos “Quanta” e “Livros”, dos tropicalistas Gil e Caetano, e ”Falange Canibal”, do pernambucano Lenine, são exemplos dessa ousadia e serviram como referências na produção do disco.
Apenas uma faixa é somente da autoria do cantor, todas as outras 11 faixas do disco são em parceria com outros compositores como Thiago de Mello, Diogo Brandão, Renato Frazão e Mauro Aguiar, que além da faixa-título, também é parceiro na canção ” A fama e a fome”, sem dúvida a mais irônica do disco, que conclui com a pergunta provocativa no refrão:
”Vc tem fome de quê? Vc tem fama de quê?”
FAIXAS
01. A VELA QUE LEVA O MEU AMOR
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo
Editora: Direto
02. NO RASTRO DA ESTRADA
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Thiago Thiago de Mello
Editora: Direto / Humaita Edições
03. CLARÃO NO CIRCO
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Diogo Brandão
Editora: Direto / Direto
04. JÁ NÃO HÁ MADRUGADA
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Thiago Thiago de Mello
Editora: Pedro Ivo / Humaita Edições
05. MONOLITO
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Mauro Aguiar
Editora: Direto / Direto
06. CHAMAR O VENTO
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Renato Franzão
Editora: Direto / Direto
07. ÚLTIMA TRADIÇÃO
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Thiago Thiago de Mello
Editora: Direto / Humaita Edições
08. QUERÊNCIA
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Renato Franzão
Editora: Direto / Direto
09. A FAMA E A FOME
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Mauro Aguiar
Editora: Direto / Direto
10. BLUES DOS EX-AMANTES
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Diogo Brandão
Editora: Direto / Direto
11. DA POEIRA FEZ-SE O PÃO
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Diogo Brandão
Editora: Direto / Direto
12. AS MÃOS DE YEMANJÁ
Intérprete: Pedro Ivo
Autoria: Pedro Ivo / Diogo Brandão
Editora: Direto / Direto